Cuidado Integral

    Cuidar da saúde emocional de alguém é um processo que exige presença, escuta e sensibilidade e conhecimento. A complexidade da mente humana não se resume a uma única abordagem ou teoria. E é justamente por isso que, na minha prática clínica, valorizo o diálogo entre diferentes linhas do saber, seja na Psicologia, na Medicina, todas em prol do cuidado com meus pacientes.

      A Psicanálise nos oferece um mergulho profundo no inconsciente, nas experiências que moldaram nossa história emocional, desde nossa infância, nas repetições que nos aprisionam sem que percebamos ou em sentimentos que não conseguimos lidar bem. Tal abordagem nos ajuda a escutar o que está nas entrelinhas do discurso, nas lacunas, nos silêncios — e abre espaço para que o sujeito possa se reconectar com seu desejo e sua singularidade, a raiz mais profunda de seu ser.
       Ao mesmo tempo, as Terapias Comportamentais e Cognitivas (a famosa “TCC”) nos trazem ferramentas valiosas para lidar com os sintomas que impactam a vida cotidiana. Técnicas baseadas em evidências, estratégias de regulação emocional, mudança de padrões disfuncionais de pensamento e comportamento — tudo isso pode fazer grande diferença na qualidade de vida da pessoa, especialmente nos momentos mais agudos de sofrimento. Em alguns casos, ferramentas da terapia baseada em evidência são valiosas formas de tratamento.
       Por fim, as Neurociências contribuem com um olhar fundamental sobre o funcionamento cerebral e os processos neurobiológicos envolvidos nas emoções, nas memórias, nos hábitos e nos transtornos mentais.

        Saber como o cérebro responde ao estresse, ao trauma, ao afeto ou à medicação nos ajuda a compreender o ser humano de forma mais completa.
        Em uma Metáfora médica, quem tem uma dor no pé, não deve somente tomar um remédio para essa dor, e sim passar por exames de Raio-X, laboratoriais, clínicos, a fim de entender a totalidade da causa do adoecimento para definir seu melhor tratamento.
         Essas três áreas — a profundidade da Psicanálise, a praticidade das Terapias Cognitivo-Comportamentais, e a base científica das Neurociências — não precisam competir entre si. Pelo contrário: quando trabalham juntas, ampliam nosso campo de escuta, nossa capacidade de intervenção e, principalmente, nosso cuidado com quem busca ajuda.
         Cada pessoa é única. E merece ser compreendida e acolhida por inteiro.

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Breno Silveira Mendes - Psicólogo

CRP MG 04/54939

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